domingo, 21 de novembro de 2010

...era preciso autorização da CGTP para participar na manifestação anti-nato...

"Durante a manifestação a repressão foi outra, a polícia sindical foi sempre impedindo manifestantes anarquistas de participar na manifestação, ao que se foi cedendo sem qualquer provocação esperando por o fim da manifestação da propriedade da CGTP para entrar na rua. Ao fim de um tempo, foi-se descendo a rua pelo passeio, até que houve uma aberta no meio da manifestação e naturalmente e sem qualquer agressividade tentou-se entrar na rua onde a manifestação de protesto decorria, rapidamente a segurança da CGTP começou a empurrar os manifestantes e chegou a tirar a uma mulher panfletos anarquistas e a deita-los fora (ainda bem que não eram livros, ainda faziam alguma fogueira), após um burburinho, agressões foram trocadas e uma troca de insultos, lá nos fizeram o “favor” de nos deixar entrar na sua propriedade e foi-se descendo a rua tal como os restantes manifestantes.
O argumento que a manifestação pertencia à CGTP é no mínimo insólito, além do ridículo e abusivo que tal argumento é, vários grupos não afectos à CGTP participaram na mesma sem qualquer preocupação, mas desde o início o objectivo de dezenas de polícias sindicais foi a de não deixar os anarquistas, independentes e outros não-alinhados participar, como deixavam claro nos telefonemas trocados à nossa frente “sim estão aqui alguns, mas já estamos aqui para não os deixar entrar”. Que ridícula a grande motivação de não deixarem meia centena de manifestantes participarem na manifestação, que pelos vistos tinha um proprietário, o proprietário do direito a protestar, para afinal bastar umas agressões para deixarem nos participar, se calhar só queriam molhar as sopas… Porque molhar as sopas em quem dizem combater… ‘tá de chuva….. Aí já são situações institucionais, legais e outros que tais
É bem sabido de como a greve e as manifestações estão hoje institucionalizadas e de efeitos que pouco passam o simbolismo, e são propriedades de sindicatos e não reivindicações directas nem expropriações dos operários que ficam um pouco a “toque de caixa” de patrões, estado e sindicatos que decidem décimas de percentagens em mesas onde nenhum deles pode chegar. Diminuíram a força anarco-sindicalista e dos próprios operários para ser dada força a um partido que desde cedo propôs como prioridade o fim da força operária e o inicio da obediência à ditadura bolchevique Russa e consequente extermínio da CGT em Portugal e aderência de todos os sindicatos à Internacional de Sindicatos Vermelhos, mas preocuparem-se quase 90 anos mais tarde com 50 manifestantes anarquistas e não-alinhados tal como se preocuparam com 100000 elementos da CGTP de à 90 anos atrás é risível e nota-se a sua boa (triste) forma.
Sim as nossas reivindicações eram outras, mas o direito a protestar é o mesmo. Contra o estado e patrões, pelas colectividades do povo, contra toda a autoridade, pela greve geral real e não por um dia sem trabalhar autorizado pelo estado e patrões, contra o capitalismo dos patrões e o capitalismo de estado, pela autogestão, pela liberdade.
É tempo de desmistificar o que é o anarquismo para todos, e fazer cair o preconceito que afecta todos os sectores da sociedade. É altura de beliscar até fazer mossa, o que queremos é uma sociedade horizontal, solidária e de apoio mútuo, de respeito pela individualidade e pela diversidade, de autogestão, sem fronteiras sem autoridade, ter nas nossas mãos o que é nosso, não é de patrões nem de estados. Não se pode apoiar um sistema corrupto, falido e explorador, não se reforma tal barbaridade. Uma democracia parlamentar é apenas ceder o poder aos outros, os nossos desejos, sonhos e liberdades. “Ser melhor que antes do 25 de Abril” não chega, acreditemos na nossa capacidade de sermos livres, donos do nosso destino, donos do nosso trabalho diferente dos moldes como existem hoje para servir apenas os outros, seja o estado da esquerda ou os patrões da direita."
SAÚDE E ANARQUIA!

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